Tempos assistenciais: na saúde, a administração correta do tempo é garantia de segurança

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Acordos de prazos entre as áreas são importantes indicadores da qualidade assistencial

“Correr contra o tempo”, “cada segundo conta” ou “medir o tempo com as batidas do coração”. Essas frases famosas e ditados populares fazem muito sentido para quem atua na área da saúde. É que, durante o cuidado com o paciente, o tempo de realização de cada etapa do atendimento é determinante para o desfecho favorável ao usuário.

Tanto é que nas unidades públicas de saúde gerenciadas pelo ISAC – Instituto Saúde e Cidadania em Alagoas, os procedimentos têm prazo para serem realizados e são constantemente monitorados pela gestão. São os chamados tempos assistenciais, indicadores que impactam diretamente na qualidade da assistência prestada à população.

Eles variam de acordo com o tipo de unidade de saúde. Por exemplo, são os mesmos para as UPAs – Unidades de Pronto Atendimento Benedito Bentes e Trapiche da Barra, mas se diferenciam em relação ao Hospital Professor Ib Gatto Falcão, que é uma unidade de internação.

José Maria Filho, superintendente técnico do ISAC, explica que os tempos assistenciais são metas de prazo estabelecidas e disseminadas na unidade para a realização dos procedimentos. Elas devem ser de conhecimento de todos os colaboradores e, quando descumpridas, as áreas devem propor ações para corrigir a falha.

“Os indicadores de segurança do paciente nos ajudam a melhorar a qualidade do atendimento à medida que entendemos o que pode ser ajustado em cada uma das nossas unidades. Dessa forma, os tempos assistenciais são estratégias para a prevenção de danos que podem ser evitados, muitas vezes, a partir de mudanças simples”, comenta o médico.

Como funcionam?

Quando o paciente chega à recepção das unidades ISAC em Alagoas, o primeiro acordo já começa a valer. É o prazo entre a retirada da senha para atendimento no guichê e a classificação de risco do paciente. Essa etapa deve ser feita em, no máximo, dez minutos, a fim de garantir que o usuário receba assistência em tempo hábil.

Se o paciente vai para a Sala Vermelha, onde são acolhidos os casos de emergência, e se queixa de dor torácica, um novo acordo assistencial passa a ser contado no relógio: o tempo entre a solicitação do eletrocardiograma e a realização do exame. O procedimento precisa ser feito em até dez minutos, já contando com o tempo da entrega do laudo para avaliação médica.

O médico fez o primeiro atendimento e prescreveu medicamentos, indicou transferência ou solicitou exames? Se continuar em atendimento na unidade, o paciente será reavaliado em até três horas pelo médico. Esse intervalo entre a primeira consulta e a reavaliação do usuário é outro acordo assistencial nas unidades ISAC. Ele é conhecido como tempo de tomada de decisão e evita danos que poderiam ser causados devido à longa espera por atendimento.

Como eles são definidos?

Os acordos são estabelecidos no momento do mapeamento de processos nas unidades, com a participação das lideranças e demais colaboradores da área. Depois, eles são disseminados para a equipe. Os treinamentos são periódicos, a exemplo do que ocorreu neste mês no Hospital Professor Ib Gatto Falcão, em Rio Largo.

Lá, médicos, enfermeiros, técnicos de Enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogo e psicólogo, de todos os turnos, participaram da programação.

Um deles foi o enfermeiro assistencial Wanderlei Barbosa. “É muito importante ter esses treinamentos porque a gente passa um tempo em uma área e, depois, é remanejado para outra, e os tempos são diferentes de um setor para o outro. Por exemplo, na Clínica Médica o eletrocardiograma não é solicitado com a mesma frequência que na emergência. Então, a gente precisa sempre retomar essas informações para fixar e melhorar o atendimento, trabalhando sempre dentro do que é preconizado”, afirma o colaborador.

A experiência de quem já foi atendido

O técnico de Enfermagem Valber Artur da Silva estava ensaiando com o grupo de quadrilha nesta segunda-feira, 21/03, quando torceu o pé e precisou ser atendido no Hospital Professor Ib Gatto Falcão. Ao chegar à unidade, ele notou a rapidez no atendimento.

“Eles [os profissionais] foram muito ágeis e acolhedores. Cheguei lá por volta de uma hora da manhã e saí às quatro. Só fiquei mais tempo porque tive que tomar soro, e aí é o tempo do medicamento mesmo”, conta o usuário.

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